Documentos secretos russos revelaram, recentemente, que o ditador soviético Joseph Stalin ordenou a realização de experiências genéticas com o objetivo de criar seres híbridos pelo cruzamento de humanos com macacos. Arquivos moscovitas, de meados dos anos de 1920, registram as ordens recebidas pelo especialista russo em procriação animal, Ilya Ivanov, que deveria se dedicar à criação de um "super-guerreiro". Stalin teria dito ao cientista: "Eu quero um ser humano invencível, insensível à dor, resistente e indiferente à qualidade da comida que consomirem."
Trabalhadores que construíam um playground para crianças encontraram os laboratórios escondidos e esqueletos de macaco na cidade de Suchimi, região do Mar Negro - Georgia. Na época, Ivanov ficou honrado com o "convite". Ele tinha estabelecido sua reputação no tempo do Czar quando, em 1901 estabeceu o primeiro centro de inseminação artificial do mundo; trabalhava cavalos de raça. A pesquisa do cientista era exatamente o que as autoridades sociéticas tinham em mente e, em 1926, Ivanov foi mandado para a África com 200 mil dólares para iniciar seu primeiro experimento: inseminação de chipanzés.
Ele usou a Estação de Pesquisa Francesa, na Guiné, onde mulheres africanas eram sequestradas para serem inseminadas com sêmen de gorilas. Enquanto isso, um Centro de Pesquisa, onde macacos seriam testados, foi instalado em Georgia, terra natal de Stalin. O Politburo, engajou a Academia de Ciência no projeto com ordens para a criação de uma "máquina de guerra viva".
Os mutantes faziam parte de um conjunto de medidas que deveriam conduzir a União Soviética ao lugar de nação mais poderosa do planeta, com novas cidades, nova arquitetura e nova sociedade. Os híbridos serviriam para recompor as Forças Armadas, esvaziadas com as guerras passadas. Além disso, seriam uma mão-de-obra perfeita; uma subcategoria de gente, submissa, incapaz de reclamar das pressões que seriam impostas pelo Plano de Industrialização. Os "homens-macaco" deviam ser fortes mas pouco dotados de inteligência.
Na África, as experiências de Ivanov foram um fracasso. Ele voltou a União Soviética; ali, em Georgia, onde procedimentos semelhantes aos realizados por Ivanov foram feitos em mulheres "voluntárias", os resultados também foram nulos. O cientista caiu em desgraça. Pelo fracasso, que custara caro aos cofres públicos, ele foi sentenciado a cinco anos de prisão; a pena foi comutada por um exílio na República do Casaquistão, na Ásia Central, em 1931.
Ilya Ivanovich Ivanov
Ilya Ivanovich Ivanov foi um biólogo russo, especialista em inseminação artificial e hibridação interespecífica de animais. Esteve envolvido em tentativas controversas de criação de um homem-macaco.
Ilya Ivanovich Ivanov nasceu na cidade de Shchigry, Kursk, Rússia. Graduou-se na universidade da Carcóvia em 1896 e tornou-se professor em 1907. Trabalhou como pesquisador na Reserva Natural de Askania Nova, e também para o Instituto Estadual de Experimentos Veterinários (1917-1921, 1924-1930), Estação Central de Experimentos e Pesquisa da Reprodução de Animais Domésticos(1921-1924) e para o Instituto de Zootecnia de Moscou(1928-1930).
Na virada do século, Ilya Ivanov aperfeiçoou a inseminação artificial e seu uso na reprodução de cavalos. Ele provou que essa técnica permitiria ao garanhão fertilizar mais de 500 éguas (ao invés de 20-30 através da fertilização natural). Os resultados foram um sucesso e a estação de Ivanov passou a ser freqüentada por criadores de cavalos de todo do mundo. Ilya Ivanov também foi o pioneiro na prática de usar a inseminação artificial para a obtenção de vários híbridos interespecíficos.
Experiências com humanos
O mais controverso dos estudos de Ivanov era a sua tentativa de criar um homem-macaco. Em 1910 ele apresentou ao Congresso Mundial de Zoólogos, em Graz, a possibilidade da obtenção de tal híbrido através da inseminação artificial. Em 1924, enquanto trabalhava no Instituto Pasteur em Paris, Ivanov obteve a autorização dos diretores para utilização da estação de primatas em Kindia, Guiné Francesa, para tais experiências. Ivanov tentou ganhar apoio do governo soviético para seu projeto, enviou cartas ao Ministro da Educação e da Ciência, Anatoliy Vasilievich Lunacharsky, e a outros funcionários. A proposta finalmente despertou o interesse de Nikolai Petrovich Gorbunov, chefe do Departamento de Instituições Científicas. Em setembro de 1925, Gorbunov cedeu US$10000 à Academia de Ciências para as experiências de hibridação de Ivanov na África. Em março de 1926 Ivanov chegou a Kindia, onde permaneceu apenas um mês sem obter sucesso em suas pesquisas. Ele retornou à França onde conseguiu, através de correspondências com o governador da colônia francesa de Guiné, a autorização para realizar suas experiências nos jardins botânicos de Conacri.
Ivanov chegou a Conacri em novembro de 1926, acompanhado de seu filho, também chamado IIya, que o ajudaria em suas experiências. Ivanov supervisionou a captura de chimpanzés adultos no interior da colônia, e foram levados à Conacri e mantidos nas jaulas do jardim botânico. Em 28 de fevereiro de 1927, Ivanov inseminou artificialmente duas fêmeas de chimpanzés com sêmen humano. Em 25 de junho inseminou uma terceira chimpanzé. Ivanov deixou a África em julho com 13 chimpanzés, incluindo as três usadas em suas experiências. Antes de retornar à França ele já sabia que a inseminação em duas chimpanzés tinha falhado. A terceira morreu na França, e também não estava prenhe. Os outros chimpanzés foram levados a uma estação de primatas em Sukhumi.
Ivanov planejou realizar a inseminação em humanos com sêmen de chimpanzés na Guiné, mas o governo da francês se opôs a tal proposta e não há evidencias de que tais experiências foram realizadas.
Ivanov retornou à União Soviética em 1927, disposto a realizar suas experiências de hibridação em Sukhumi, usando sêmen de chimpanzés em humanos. Por fim, em 1929, através da ajuda de Gorbunov, ele conseguiu apoio da Sociedade de Biólogos, um grupo associado à Academia Comunista. Na primavera de 1929 a Sociedade formou uma comissão para planejar as experiências de Ivanov em Sukhumi. Eles decidiram que pelo menos cinco voluntárias, mulheres, eram necessárias para o projeto. Porém, em junho de 1929, antes que qualquer inseminação fosse realizada, Ivanov descobriu que o único macaco sexualmente maduro (um orangotango) tinha morrido. Novos chimpanzés não chegariam a Sukhumi até o verão de 1930.
No curso de reorganização política no mundo científico soviético, Gorbunov e vários outros cientistas envolvidos no planejamento das experiências em Sukhumi perderam seus cargos. Na primavera de 1930, Ivanov virou alvo de criticas políticas em seu instituto veterinário. Em 13 de dezembro de 1930 Ivanov foi preso e sentenciado à cinco anos de exílio em Almaty, onde trabalhou para o Instituto de Veterinária e Zoologia até sua morte em 20 de março de 1932. O renomado fisiologista e psicólogo Ivan Pavlov escreveu seu obituário.
Em 2005 foram encontrados em Sukhumi, Geórgia, os laboratórios secretos e ossos de chimpanzés enquanto trabalhadores construíam um parque para crianças.
Super-soldados nazistas
Uma recente pesquisa realizada pela Associação Médica Alemã divulgou detalhes sobre a utilização de drogas entre as forças do exército nazista com a finalidade de aumentar a força e a resistência dos soldados alemães durante a Segunda Guerra Mundial. Segundo documentos da Wehrmacht -o exército alemão- até agora desconhecidos, de entre 1939 e 1945, as autoridades militares nazistas distribuíram entre seus soldados um total de 200 milhões de pílulas de um composto chamado Pervitin, cuja fórmula farmacológica correspondia com a metanfetamina.
Segundo este estudo, os soldados receberam esta substância com a finalidade de que desenvolvessem uma maior força, resistência e ferocidade durante os combates, algo que contrasta notavelmente com os preceitos nazistas que preconizavam um estilo de vida saudável entre suas forças, recusando o consumo de álcool e fumo com o fim de manter uma raça ariana pura e forte.
Os pesquisadores da Associação Médica Alemã explicaram também que os cientistas nazistas experimentaram ademais com um derivado da cocaína, um estimulante que estaria destinado aos soldados da primeira linha e cujos efeitos foram testados nos prisioneiros de campos de concentração.
Segundo o criminalista Wolf Kemper, autor do livro Nazis on Speed, esta substância –batizada como D-IX– foi administrada a prisioneiros do campo de Sachsenhausen, que foram obrigados a percorrer mais de 110 quilômetros sem descansar, enquanto carregavam um peso superior aos vinte quilos. O plano era distribuir esta nova "droga da morte" entre os soldados, mas a surpresa que supôs o desembarque de Normandia frustrou os planos dos cientistas nazistas.
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